25 de jul. de 2013

DICA DE LIVRO: O Homem de Calculava, de Malba Tahan

O matemático Júlio César de Melo e Sousa escreveu O Homem que Calculava (ed. Record) sob o pseudônimo de Malba Tahan (acho que ele também era professor, não tenho certeza). Foi só mais uma brincadeira para familiarizar o público com sua história passada no Oriente Médio do século 13. Eu mesmo, quando escutei pela primeira vez a respeito dessa obra, tinha pensado que era um clássico da literatura árabe ou algo assim. Mas não.

O Homem que Calculava é um livro superleve, gostoso de ler, até mesmo por quem não curte matemática. Digo isso porque ele conta a história de Beremiz Samir, grande conhecedor de cálculos, aritmética, geometria, filosofia, raciocínio lógico, etc. Um sábio, em resumo. Beremiz vai encantando xeques, reis, poetas, comerciantes (e leitores) ao passar por Bagdá e encontrar a solução para dezenas de pequenos enigmas numéricos. Ou seja, quem fica sabendo dessa sinopse pode pensar que se trata de um livro 100% didático. Socorro!

Uma coisa que devo salientar: sempre me destaquei nas disciplinas humanas, na escola. Tirava notas altas em gramática, história, geografia, redação, inglês, filosofia. O que eu possuía de bom relacionamento com as letras, em contrapartida, eu tinha de litigioso com os números. Era (e ainda sou) péssimo em matemática, geometria, física e química. Tudo que envolvesse fórmulas, frações, raiz quadrada, as quatro operações fundamentais da aritmética, etc., etc., etc. Em concursos, por exemplo, vou bem em tudo menos matemática (snif!). Era, portanto, pra eu correr desse livro.

No entanto, Malba Tahan soube fazer puro entretenimento. Conduziu sua narrativa de modo a fisgar mesmo os que detestam ver equações do 2º grau na frente. Os cálculos realizados pelo personagem central são, na realidade, provenientes de raciocínio lógico. Ele enxerga além do que as pessoas costumam perceber à primeira vista; os primeiros resultados são estranhos, parecem não fazer sentido. Eis que Beremiz aparece e, como passe de mágica, esclarece tudo com explicações extremamente elucidativas. “Como não pensei nisso antes”, dizia a mim mesmo ao fim de cada capítulo. Não é magia ou feitiço, é matemática!

Tenho certeza de que muitos de vocês irão amar esse romance, se é que já não o leram (foi lançado há mais de 70 anos, é um clássico absoluto por aqui!). O autor não faz apenas joguinhos algébricos ou fala de coincidências e curiosidades acerca dos números como também traça um panorama histórico do Oriente, conta a lenda de como o jogo de xadrez nasceu na Índia, fala da importância religiosa naquela região, conta a vida de importantes matemáticos da Antiguidade, entre outras coisas. Sua maior lição é que estamos rodeados pela matemática.

Mesmo que você tenha enorme dificuldade em ultrapassar estágios mais simples, como a tabuada de dois ou dez, ou resolver algumas questões de concurso ou vestibular, aprenda a gostar dos números, pois sem eles nossa vida não seria como ela é.

4 comentários:

  1. Pelo título e pela capa é essa ideia de literatura clássica mesmo que você tem hehehe
    Abraços

    // Senhor do Século //

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    1. Sim, engraçado que esse livro é superantigo, mas pouca gente o conhece (ao menos entre as gerações mais atuais - rs).
      Obrigado e ótimo fim de semana, Dimas!

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  2. Respostas
    1. Obrigado, Bratz! Clássico mesmo, e ele é bom para estimular as pessoas a gostarem mais de matemática.
      =D
      Abração, querido.

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