13 de mai. de 2013

ARTE: A extraordinária obra de Emerson Persona + entrevista exclusiva para o BM


A postagem de hoje é um tanto especial pra mim, pois falarei de um grande artista plástico chamado Emerson Persona (acredito que não seja novidade para quem frequenta o blog de que eu adoro Arte em geral). Embora eu não o conheça pessoalmente, somos amigos virtuais há bastante tempo, uns dez anos mais ou menos, lá da época do “finado” Orkut, taí o lado sentimental da coisa.

Assim como eu, ele adora cinema clássico e boa música, especialmente a atriz Marlene Dietrich e a saudosa Donna Summer. Engraçado que Marlene seja também minha atriz favorita da Era de Ouro de Hollywood, e que Donna Summer interprete inúmeros hits presentes no meu "setlist permanente". Ok, estou divagando um pouco agora...

Quando passei a escrever textos sobre dicas culturais no BAZAR, logo me veio à cabeça a ideia de fazer uma entrevista com ele. Quando o “conheci”, obviamente vi diversos trabalhos seus (tanto nos álbuns do Orkut quanto no site de Persona), sempre me chamando a atenção pelas cores fortes e pela beleza das formas. É curioso que, na entrevista abaixo, ele mencione Matisse como um de seus artistas favoritos, pois foi justamente no mestre francês que pensei quando vi as reproduções de Persona pela primeira vez. Não que as obras sejam idênticas, mas existe um sentimento similar de encantamento quando vejo as telas de ambos (e tenho certeza de que Persona irá se sentir lisonjeado com minha observação, rs). Difícil explicar, mas a força das cores empregadas pelos dois é igual.



Curitibano apaixonado, Persona se graduou pela Escola de Música e Belas Artes do Paraná, instituição na qual também fez Especialização em História da Arte Moderna e Contemporânea. Ou seja, além de talento, é uma pessoa com vasta sabedoria na área.

Atualmente, ele está “em cartaz” com uma mostra individual na capital paranaense — quem puder conferir, certamente vale a pena. A seguir, leia um pouco mais sobre o que ele reflete a respeito de sua própria trajetória, seus projetos e sobre as Artes Plásticas no Brasil de um modo geral.



Bazar Masculino: Atualmente, você está com uma mostra individual. Conte-nos como está sendo a experiência.
Emerson Persona: Esta não é minha primeira individual. Na realidade, é a continuação da minha individual anterior, só que maior, com mais trabalhos. O nome “Under Construction” fala da continuidade de pensamento de algo que, para mim, é repensado e refeito, no caso, redesenhado e repintado. O espaço onde estou expondo, CAM (Casa Andrade Muricy), é um dos lugares mais legais e festejados de Curitiba, estou muito feliz por ter um projeto aprovado para este espaço.

BM: Recentemente, você fez um "turismo cultural" bem bacana na Europa. O que mais o impressionou ao ver de perto algumas das obras mais célebres da História da Arte? 
EP: Bem, estar diante de uma obra ou obras é ver a “matéria” da pintura, é ver a ação do artista, é perceber o traço do pincel. É emocionante poder ter uma experiência sensível com obras que você só tinha conhecimento em livros, catálogos e pela internet. É uma viagem no tempo, uma viagem lúdica e profunda que deve ser sem pressa e com o coração e mente abertos à percepção. Uma experiência única. É incrível também poder perceber, visitando as maiores galerias de Paris, como a pintura é pensada e executada em quantidade.



BM: Quais seus artistas favoritos? 
EP: São vários, Franz Marc, Matisse, Monet, Basquiat, os curitibanos Raul Cruz, Francis Rodrigues, Rossana Guimarães... são tantos.

BM: Seria apenas admiração, ou você também os considera como influência para as obras que você faz? 
EP: Acho difícil um artista não ser tocado pela “boa arte”, pelo “pensamento” ou pela “EXPERIÊNCIA” que o outro propõe. Não ter algo agregado a si é, a meu ver, impossível, se isto o intui ou não só o tempo dirá... Não sei de que maneira estes artistas me tocam ou com qual intensidade, mas me tocam... Tocam-me pela cor, pela força, pelo pensamento.




BM: Recentemente, o ilustrador e designer gaúcho Duda Lanna comentou aqui no blog (veja a entrevista aqui) sobre a dificuldade de ser artista plástico no Brasil. Para você, quais os principais "erros" de nosso país em se tratando de incentivo às artes plásticas?
EP: Acho que podemos pensar que uma maior distribuição de verbas de incentivo cultural, a preservação dos espaços artísticos, o fomento da cultura de intercâmbio e um maior apreço na formação de público de diversas idades...  já estaria bom pra começar (risos).

BM: Suas obras são bastante coloridas. Mesmo assim, alguns temas parecem carregados de sofrimento, dor e melancolia. Como você desenvolveu seu estilo? Você se classificaria como? 
EP: Difícil pensar em classificação, eu diria que "identificação" seria o mais apropriado. Se assim for, “expressionismo” estaria perfeito... (risos) Com relação a minha obra, penso sim na existência humana e em toda a sua condição, afinal somos corpos a ser varridos pelo tempo. É uma tragédia, mas tem beleza também em tudo isto. Estes corpos que eu pinto estão a flutuar num tempo próprio, sendo corroídos por ele, entende?

BM: Você pensa em se aventurar por outras linguagens "modernas", como a digital, bastante em voga?
EP: Eu espero experimentar de tudo nesta vida, ou pelo menos tudo o que me cabe na arte contemporânea.

BM: Depois da sua atual exposição (veja quadro abaixo), quais são seus planos? 
EP: A vida é um eterno recomeço, com o término desta mostra estou de volta ao começo de minha pesquisa, ou seja, repensar tudo e recomeçar.

BM: Muito obrigado, amigo, pela entrevista e sucesso sempre!
EP: Sucesso e vida longa a você. Obrigado.




Imagens gentilmente fornecidas pelo artista

4 comentários:

  1. Excelente entrevista Pierre, as obras são incríveis.
    Grande trabalho!
    Abraços!

    senhordoseculo.com
    Beleza para Homens

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    1. Opa, muito obrigado, Dimas. Fico feliz que tenha curtido! Abraços e uma ótima semana.
      ;-)

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